No passado mês de Fevereiro a Microsoft anunciou, repentinamente, que ia remover um conjunto de jogos da loja online da Xbox 360. O anúncio foi feito no dia 1 de Fevereiro e os jogos iam ser removidos a 7 de Fevereiro. Nem uma semana de tempo para processar a informação. A lista de jogos foi publicada num PDF, e variava de país para país. Eis um excerto, retirado diretamente do documento:
- Assassin’s Creed Brotherhood
- Assassin’s Creed® III
- Assassin’s Creed® IV
- Assassin’s Creed® Liberation HD
- Blood of the Werewolf
- Blue Dragon
- Breakdown
- Call of Duty: Advanced Warfare
- Call of Duty: Ghosts
- Castle Crashers
- Cloning Clyde
- Counter–Strike: GO
- Dark Souls™
- Darksiders II
- DAYTONA USA
- Defense Grid
- Eets: Chowdown
- Far Cry® 2
- Final Fight: DblImpact
- Iron Brigade
- Jet Set Radio
- Left 4 Dead
- Left 4 Dead 2
- LIMBO
- Lost Odyssey
- Mass Effect 2
- MONOPOLY DEAL
- Mutant Blobs Attack
- N+
- Outpost Kaloki X
- Peggle ® 2
- Phantom Breaker:Battle Grounds
- Prince of Persia
- R.U.S.E.
- Sega Vintage Collection: Alex Kidd & Co.
- Skate 2
- South Park™: The Stick of Truth™
- Spelunky
- Splinter Cell Conviction
- Star Wars Battlefront
- Star Wars KOTOR 2
- The Orange Box
- The Raven Episode 1
A maior parte dos jogos listados não me interessava muito. Desde que existissem em formato físico, seria sempre mais barato dessa maneira. Houve só um jogo que me despertou a atenção: Daytona USA. Um port da versão original de arcada, só saiu para a Xbox 360 e a PS3. Tenho ambas as consolas, mas prefiro a 360 pela melhor qualidade de imagem e pelo comando, especialmente para jogos de corrida. Por 10€, nem pensei duas vezes.
Lançado em 1994, gráficos de 2000
Lançado na arcade “Model 2” da Sega, esta continha chips de aceleração 3D desenvolvidos por uma sucursal da Lockheed Martin. Não é de admirar que os gráficos sejam excelentes para a altura. Uma contagem elevada de polígonos – todos com texturas – a correr a 60 FPS (Frames Per Second) sem uma única descaída. A versão de Ps3/360 só atualiza os gráficos em duas maneiras: renderiza o jogo a 1080p e acrescenta um filtro de texturas bilinear (que na minha opinião é um bocado feio, e preferiria o look sem filtro e mais cru do original). Isto tudo aliado a um estilo visual muito bem feito, com um bom uso de cores primárias atrativas. Todas as pistas são interessantes de conduzir, até mesmo a primeira que consiste numa oval, o formato mais entediante de pistas que pode haver. Só para demonstrar, durante uma volta nessa primeira pista encontra-se uma máquina de slots embutida numa ponte de pedra em cima da pista, uma montanha esculpida com a figura do Sonic e uma roleta constantemente a girar como atração ao lado da pista, já para não falar do ruído da multidão ao passar perto da meta. Tudo isto com outros 40 carros a competir pelo ouro.
O som complementa perfeitamente o jogo, com música de fundo adequadamente “foleira”. Sem entrar em mais pormenor, só convido o leitor a partilhar comigo a experiência auditiva desta excelente balada com uma boa dose de Inglês-Japonês:
O carro é fácil de começar a usar, com algumas mecânicas mais avançadas que são necessárias conhecer para conseguir acabar em primeiro nas últimas duas pistas. Essencialmente, típico jogo desenhado para as arcades. Pena que jogos com este design nos dias de hoje estejam relegados a dispositivos móveis com práticas de monetização questionáveis. Havia uma altura em que era possível lançar jogos deste género e vender consolas…
Enfim, onde ia? Ah! O carro no geral desliza um bocado durante as curvas. Diminuindo a velocidade é possível iniciar um drift, essencial para fazer algumas das curvas mais apertadas. O drift não é trivial de iniciar. Ao contrário do Outrun 2 – outro jogo excelente que toda a gente deveria jogar – é necessário travar o suficiente para iniciar o drift, mas não demasiado ao ponto de se perder o controlo e o carro virar. Claro, os verdadeiros pros andam com mudanças manuais e iniciam o drift com uma diminuição/aumento rápido das mesmas.
Pequeno em tamanho, grande em coração
No total o jogo só tem 3 pistas com 2 carros com uns extra que é necessário desbloquear. Parece pouco, mas temos de nos lembrar do contexto: era suposto uma pessoa, e talvez alguns amigos, inserirem moedas numa máquina e jogarem uma corrida, que dura mais ou menos uns 3 minutos. Na minha opinião, Daytona USA é um pacote compacto, mas cheio de detalhe e paixão por trás. A equipa que desenvolveu o jogo era pequena, e nota-se na atenção ao detalhe. Pelo menos para mim, consigo pegar na Xbox 360, iniciar o jogo e passar uns 15 minutos entretido a repetir pistas e melhorar a minha perícia. Nunca cansa competir em mais uma ronda, e penso que é uma capacidade que poucos outros jogos têm.